Projeto de pequenas hidrelétricas ameaça rio Camaquã

O Rio Camaquã voltou a virar objeto de cobiça para exploração de empreendimentos. O mais rico manancial em recursos naturais da região, na verdade, sempre esteve na mira de empresários. Um projeto para explorá-lo que começou a ser gestado em meados de 2010 retorna com força agora. 

Trata-se da construção de pequenas de hidrelétricas ao longo do rio. Com o objetivo de conter o avanço dessa possibilidade, no dia 14 de maio, a partir da 13h, a Associação para Grandeza e União de Palmas realiza uma assembleia ordinária. 

O encontro acontece no Distrito de Palmas, BR 153, Km 579 – direita, no sentido Bagé/Porto Alegre – Corredor da Lixiguana, Casa de Pedra. 

De acordo com Márcia Collares, que integra a associação, está confirmada a presença de técnicos da Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam) que irão apresentar o Inventário Hidrelétrico do Rio Camaquã. 

Segundo ela, o objetivo da assembleia é em razão do interesse na instalação de pequenas hidrelétricas centrais na bacia do Camaquã. “Estamos nos preparando para combater isso”, avisou. 

O anúncio de construção de 13 pequenas hidrelétricas ocorreu em 2010. Na época, quem tornou público esse assunto em Bagé foi o então vereador Edgar Franco, que é do Distrito de Palmas. Depois disso, foram realizadas inúmeras audiências nos municípios banhados pelo Camaquã para discutir essa situação. 

Em uma das edições da descida do Camaquã que contou com a presença do então vice-governador, Beto Grill, foi feita uma manifestação contrária a esse projeto no leito do rio. Além disso, diferentes projetos foram apresentados à Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). Empresas privadas chegaram a fazer demarcação no rio com o objetivo de começar as obras. Agora, segundo Márcia, em vez de 13, está previsto a construção de umas 20 pequenas hidrelétrica – a primeira no Rincão do Inferno.