A reunião do Gabinete de Crise, que define o mapa do Distanciamento Controlado que será anunciado nesta sexta-feira, durou cerca de três horas. A expectativa, de que a cor vermelha, que representa alto risco de contágio, volte a pintar algumas regiões do Estado havia sido praticamente descartada, mas retornou ao cenário devido às mobilizações e pressões, inclusive de entidades como a Federasul e Fecomércio.
A decisão ainda depende de análises sobre a alteração de algumas travas, uma das principais reivindicações. Entre elas, a extinção dos 0,35 considerando leitos de UTI livres e ocupados por Covid-19.
A outra alternativa analisada é manter o Rio Grande do Sul integralmente pintado de preto, pela nona semana consecutiva.
Neste cenário, apesar da manutenção do preto, o governador Eduardo Leite (PSDB), a exemplo do que ocorreu na última semana, permitiria mais algumas flexibilizações, que originalmente não poderiam ser aplicadas na classificação preta.
Entre elas, o funcionamento de restaurantes no sábado à noite e também flexibilizações relativas ao uso de parques.
As alternativas analisadas pelo governo, no entanto, como representam adequações às pressões, podem colocar em xeque e enfraquecer a credibilidade do mapa de Distanciamento Controlado.
Caso bandeiras vermelhas voltem ao mapa, as mudanças nas travas serão decisivas para evitar ampliação demasiadas das regras, caso a cogestão, que amplia as prerrogativas de prefeitos, e que já foi suspensa uma vez, siga em vigência.
O recuo ao vermelho, com mudanças, pode ainda mandar recado equivocado para a população, de que a situação não é mais tão grave.
Apesar da redução tímida de números, como de internados e contaminados, o patamar segue muito alto e qualquer indicativo de normalidade não está no horizonte.
O decreto com as regras do mapa do Distanciamento Controlado deve ser publicado nesta sexta-feira pelo Executivo, para permitir que os setores atingidos se organizem.
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