Por mais incrível que pareça, nem todo mundo sabe pedir socorro.
Muitas vezes, não é por presunção que não se procura ajuda. É por pensar assim: “ninguém vai poder resolver o problema por mim...” ou “não quero incomodar.”
Em função disso cria-se um muro de solidão a sua volta, contribuindo para que os outros tenham uma ideia deturpada de que é alguém sem problemas, nunca sofre, tira tudo de letra, ou seja, é a única pessoa deste planeta que não enfrenta obstáculos e não precisa da ajuda de ninguém!
Quantas vezes as ideias não se organizam e não conseguimos encontrar saída?
Quem nunca ficou reprisando mentalmente uma situação penosa como se fosse um filme até cansar?
Quem nunca se sentiu envergonhado de estar enfrentando determinada situação incômoda ou vivendo em sofrimento?
Pois bem, procurar alguém de confiança e falar sobre tais situações é muito saudável porque atenua a aflição criando uma passagem entre o sofrimento isolado e o alívio de saber que alguém se importa conosco. O diálogo ajuda a acender uma fagulha de luz em pontos obscuros que provocam mais tensão.
Compartilhar, conversar, confessar emoções e pensamentos não resolvem os problemas práticos da vida, entretanto têm o poder de amenizar a solidão, acalmar a mente que incessantemente busca saída. Favorece a forma criativa e menos melancólica de ver um problema sempre pela mesma ótica.
É interessante perceber a vida por outra perspectiva, nem que seja para discordarmos frontalmente dela.
Segundo Herbert Vianna, “saber amar é saber deixar alguém te amar”.
Para ser amigo, não basta estar disponível para os outros ajudar e ouvir. É preciso também aprender a se revelar frágil, vulnerável. Enfrentar o medo, quebrar barreiras e construir pontes que nos conectem aos outros.
É necessário saber dizer: “Eu não sei o que fazer. Preciso de sua escuta, compreensão e apoio. Eu preciso de ajuda!”
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