Crônicas do Ridgway - As pencas - DiCacimbinhas

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segunda-feira, 11 de maio de 2020

Crônicas do Ridgway - As pencas

Por Ridgway Ávila Veiga 

No ápice da minha juventude, isto quer dizer, há muitos anos atrás, quando morava em Pinheiro Machado e gostava de ver as “pencas” ou corrida de cavalos que aconteciam no (hoje) Parque Charrua do sindicato Rural do município. 

Muitas vezes, quando não conseguíamos carona, íamos a pé eu e meus amigos para ver aqueles animais desfilarem na passarela. 

A cancha ficava localizada à esquerda do pavilhão de eventos. Era composta por dois trilhos onde os cavalos, cortavam o vento, desfilando seus corpos músculos em direção aos últimos grãos de areia da pista. 

Eu tinha dois pontos estratégicos que costumava ficar, durante as corridas, para melhor aprecia-las: Um na largada e outro na chegada. Na largada tinha umas peculiaridades que me fascinava: a adrenalina que contaminava os jóqueis e os animais, quando os dois cavalos estavam se preparando para largada e ficavam com os corpos lado a lado. Procurava um lugar estratégico para ver os equinos de frente e apreciar o brilho nos seus olhos, que faiscavam como fosse uma tocha de fogo. Também admirava neles a postura quando se preparavam para dar partida, mantendo a cabeça erguida, orelhas em pé, com suas clinas lizas e deslizante sobre o pescoço e seu rabo agitado. Sempre atentos ao sinal da largada, o coadjuvante da festa, transmite confiança e muita determinação através dos olhos. 

Com grande envergadura os cavalos consistem de uma grande massa muscular que proporcionam um espetáculo quando é anunciada a largada. Os seus músculos, bem definidos, são exigidos e eles mostram a potência dos glúteos fortemente desenvolvidos, atingindo alta velocidade rapidamente. Com seu peito largo e musculoso e suas patas longas capaz de equilibrar o seu próprio corpo, trabalham em sincronismo para desenvolver altas velocidades. Os seus cascos grudam no chão para dar impulso para arrancada e adquirir velocidade durante a trajetória da pista, com um incrível sincronismo voam como fosse penas empurradas pelo vento. 

Na chegada, lugar emocionante principalmente quando os dois cavalos chegavam cabeça a cabeça. Eu tinha a sensação que aqueles animais não gostavam de ser derrotados e, por isso, se esforçavam ao máximo. Era bonito de ver aqueles cavalos levantando poeira e deixando suas marcas registradas na areia. 

Não sei que raças pertenciam àqueles animais que encantavam os meus olhos, poderiam ser: Crioulo, Puro Sangue Inglês, este é hoje conhecido como o mais veloz dos equinos, Árabes, Quarto de Milha, Andaluz e outros. 

O que gostava mesmo era de sentir adrenalina contaminar o meu sangue. 

Embora gostasse das disputas, não via com bons olhos, quando os cavalos se aproximavam da chegada e o joguei usava o chicote como recurso para tirar o máximo do animal para vencer a prova.

Bons tempos eram aqueles que a porteira da Rural libertava às emoções que estavam armazenadas.

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