O jovem pinheirense e compositor Otávio Bem-Hur Morais Ortiz, de 20 anos, ganhou o troféu da música mais popular na 28ª Comparsa da Canção Nativa, que aconteceu em janeiro deste ano. Ortiz se define como um ‘guri do campo’. “Me criei na lida. Desde bem novinho, sempre acompanhei o meu avô, Vení da Silva Ortriz, e foi com ele que aprendi o certo e o errado e todos os demais valores que conservo comigo”, contou.
Com uma vivência totalmente ligada ao campo, a pecuária e as tarefas diárias das estâncias, Ortiz afirma que o gosto pela música o acompanha desse a infância – quando também aprendeu a dedilhar algumas notas no violão. “A música sempre foi uma paixão na minha vida. Quando tinha 12 anos, ganhei um violão velho, dei uma ajeitada nele e comecei a produzir os primeiros sons”.
No final de 2022, o jovem se inspirou para escrever e começou a colocar no papel tudo aquilo que é vivido no trabalho diário. “Comecei a escrever alguns versos, meio desajeitados, sem rima, alguns de pouca métrica. Aos poucos, busquei estudar sobre e fui melhorando”, lembrou.
Mesmo desconhecendo as técnicas, Ortiz conta que foi buscando aprender os primeiros versos, mas não alcançou sucesso. No entanto, como um bom peão de estância, o jovem sabe que o segredo é a persistência e a força de vontade. “Logo em seguida, numa noite sem luz na estância, depois que a peonada se recolheu, fui pra beira da lareira com um caderno e uma caneta, e compus
toda a letra, no meu contexto, com a minha autenticidade e minhas próprias palavras”, relatou.
“Letra pronta, mandei pra um grande amigo, Rômulo Vargas, que sempre esteve ao meu lado, me apoiando e me incentivando. Logo, ele responde e me mandou o contato do amigo Terri Costa. Formamos uma parceria, e o Terri sugeriu que enviássemos a música pra triagem da Comparsa da Canção Nativa. Tivemos a felicidade de passar na triagem e chegamos à fase final do festival, conquistamos o 4° Lugar com o voto de Música mais Popular”, completou o jovem.
Ao ser questionado sobre a conquista, Ortiz ressaltou: “Serei eternamente grato a nossa cidade e a todos os envolvidos nesse projeto, bem como a todas as pessoas que estiveram comigo me incentivando. Essa música tem uma história linda que retrata a realidade da vida no campo. Foi uma honra participar do festival, especialmente neste momento tão importante do retorno do evento. Desejo vida longa à nossa Comparsa da Canção Nativa. Vamos seguir na peleia! Já tenho outra letra escrita pra participar da Comparsa de 2025”, revelou.
Entenda o festival
A Comparsa da Canção Nativa é um festival de música nativista que surgiu em 1985, no Parque Charrua, em Pinheiro Machado. Em janeiro de 2024, após 10 anos de interrupção, o festival voltou acontecer paralelo à 40ª edição da Feovelha e foi realizado nas dependências do Centro Cacimbinhense de Tradições Gaúcha (CCTG) Lila Alves. O evento foi criado para valorizar os costumes e resgatar as tradições do Rio Grande do Sul através da música, além de preservar a cultura gaúcha. O palco da Comparsa também objetiva incentivar e despertar novos talentos da música nativista.
https://www.jornaltradicao.com.br/pinheiro-machado/geral/compositor-pinheirense-ganha-trofeu-em-festival-do-municipio-com-a-cancao-vaneira-pra-minha-tropilha/
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