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segunda-feira, 22 de abril de 2019

Novas regras para caça de javalis permitem cães e armas

Instrução Normativa torna mais claras as normas para o controle da espécie, mas lideranças recomendam cautela 

O uso de cães e de armas de fogo estão admitidos, em todo o país, na perseguição e caça de javalis, animais conhecidos por causar prejuízos nas lavouras de grãos e atacar ovelhas. A informação está na Instrução Normativa (IN) 12, publicada pelo Ministério do Meio Ambiente e Ibama, no Diário Oficial da União, no início do mês. O texto substitui a IN de 2013, que proibia as armas de fogo e não mencionava os cães. A nova norma também inova ao criar um sistema eletrônico para que os caçadores enviem ao Ibama relatórios sobre o manejo da espécie exótica. Até então, os dados precisavam ser entregues nos escritórios do Ibama periodicamente. 

Os controladores de javalis no Estado avaliam que a nova IN diminui a burocracia e traz segurança jurídica, embora no Rio Grande do Sul o uso de cães e armas já fosse comum. A norma determina que os cães de agarre devem portar colete peitoral com identificação. O responsável também deverá contar com atestado de saúde do animal e carteira de vacinação atualizada. “Antes ficávamos na dúvida se podia usar o cão ou não. Agora ficou claro”, comenta Marcelo Mesko Rosa, de Pinheiro Machado, que participou da capacitação para controladores de javalis, oferecida pela Secretaria da Agricultura. 

A flexibilização da caça, no entanto, é vista com cautela por algumas lideranças. O vice-presidente da Farsul, Carlos Simm, diz que o controle da espécie exótica é necessário, tendo em vista os estragos que provocam principalmente nas lavouras de milho e culturas de inverno, mas que depende de ações organizadas. “A facilitação do controle dos javalis não pode dar a impressão de que a caça está liberada sem restrições. As propriedades privadas não podem ser invadidas”, pontua. Sobre o uso de cães, considera uma alternativa, desde que bem treinados. 

O secretário municipal de Desenvolvimento Rural de Bagé, Cleber Zuliani Carvalho, também faz ressalva sobre o uso de cães para a perseguição e caça. “Muitas vezes, na tentativa de capturar um javali, o cachorro dispersa o bando e aí acabam se formando novas famílias de javalis em outros lugares”, aponta. Em maio, a Secretaria da Agricultura irá abrir nova turma para a capacitação em monitoramento e vigilância sanitária de javalis. Uma das coordenadoras do Programa Estadual de Sanidade Suídea, Fernanda do Amaral, explica que os controladores são treinados a coletar sangue dos javalis abatidos que serão transportados. A coleta é analisada em laboratório oficial. “É a forma de fazermos vigilância para a peste suína clássica.”

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