O arcebispo metropolitano de Porto Velho, em Rondônia, dom Roque Paloschi, está no epicentro das queimadas que atingem a Amazônia. O religioso, que atuou em paróquias da região da Campanha, falou sobre o problema que atinge o “pulmão do mundo” e que ganha repercussão em todo planeta.
O arcebispo foi enfático ao afirmar que o medo assombra quem mora naquela região do Brasil. “Isso é a morte, elas sentem-se extremamente ameaçadas”, acentuou o prelado.
Paloschi vive há três anos e meio no Estado de Rondônia. O religioso realiza um trabalho, principalmente com indíos que vivem nessa região. “Levamos a palavra de Deus até eles, sempre respeitando as suas decisões e religiões”, explicou o sacerdote.
Para o arcebispo, a destruição da floresta amazônica é uma prática recorrente entre as grandes corporações. Ele enfatizou que o “discurso de ódio” disseminado atualmente por parte de autoridades colaborou muito com o aumento do desmatamento e incêndios. Segundo o religioso, isso facilitou para as grandes corporações.
Além disso, verbas de ONGs e órgãos de fiscalização foram retiradas. Ele mencionou que o período de seca, que iniciou no mês de julho, contribuiu para agravar os incêndios.
Nesse contexto, o arcebispo falou também sobre o desrespeito com os índios. “Acham que a Amazônia é o quintal de casa”, asseverou.
Paloschi exemplificou como resultado dos desmatamentos da Amazônia, a extinção da castanha do Brasil. Além disso, disse que essas ações prejudicam a pesca e a caça, atividade de sustento dos povos que vivem há mais de 500 anos naquela região do país.
“Pulmão do mundo” em chamas
Há cerca de 20 dias, a região da Amazônia arde em chamas. O problema ganha repercussão no mundo. Além do meio ambiente, a preocupação é com os índios e os ribeirinhos que vivem nos nove estados da Amazônia Legal - Acre, Amapá, Pará, Amazonas, Rondônia, Roraima e parte dos estados do Mato Grosso, Tocantins e Maranhão. Conforme o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), as queimadas aumentaram 82%, em relação ao ano passado. O Brasil combate às chamas, que ultrapassaram fronteiras, com aviões, militares do Exército e colaboração de países como Noruega, Alemanha e Itália.
BOX
Roque Paloschi foi ordenado padre em Bagé, em dezembro de 1986. Natural de Progresso, no Rio Grande do Sul, ele exerceu atividades como vigário na Paróquia do Arcanjo Gabriel, em São Gabriel; foi pároco nas paróquias Santa Teresinha, em Santana do Livramento e Nossa Senhora da Luz, em Pinheiro Machado. Também exerceu atividades como missionário da Igreja Gaúcha, no Projeto Igreja Solidária de Moçambique. Em 2005, o religioso foi nomeado bispo de Roraima pelo papa Bento XVI. Depois, foi transferido para a Arquidiocese de Porto Velho, em Rondônia.
https://www.jornalfolhadosul.com.br/noticia/arcebispo-de-rondonia-fala-com-exclusividade-ao-jornal-folha-do-sul-sobre-queimadas-na-amazonia#imagens-noticia-3
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