por Anderson Ribeiro, Marcelo Pimenta e Niela Bittencourt
Muito além de sua vocação histórica e cultural, baseada, principalmente, em atividades tradicionais, como a pecuária e a ovinocultura, a Metade Sul gaúcha vem apresentando, nos últimos anos, novos potenciais para fomentar a economia da região. As potencialidades de cada município são inerentes da capacidade de crescimento e desenvolvimento. Cada um tem suas particularidades e peculiaridades.
PINHEIRO MACHADO: USINA DE PELLETS
Com uma história de mais de 140 anos, Pinheiro Machado se notabilizou pelo expansivo rebanho ovino e a força de sua ovinocultura pode ser facilmente identificada na rótula de acesso à cidade: ovelhas de concreto marcam que ali é a chamada "terra da ovelha". Contudo, a própria redução no rebanho gaúcho de ovinos e o ingresso de outros segmentos produtivos como a própria silvicultura fez com que, na cidade, a atividade começasse a perder espaço.
Agora, Pinheiro Machado aposta em um empreendimento com investimento internacional que poderá resolver o imenso passivo florestal em seu território e estimular de forma estratégica a economia. Tal perspectiva se dá com o empreendimento que o empresário paulista Luiz Eduardo Batalha, em parceria com o fundo britânico Castlepines, desenvolverá na cidade: uma grande usina para produção de pellets (resíduos de madeira utilizados para gerar energia a partir de sua biomassa).
Batalha é uma referência em agropecuária no Brasil, e desde o começo desta década investe, entre outras atividades, em olivicultura na região de Pinheiro de Machado, tendo inaugurado, em 2013, uma agroindústria de extração de azeite de oliva extra virgem. Com foco nas extensas áreas com florestas no município, surge a usina de pellets, que tem um investimento de cerca de R$ 1 bilhão. A estimativa é de que, quando em atividade, a usina tenha uma capacidade mensal de produção de 75 mil toneladas de pellets e cogeração de 50 megawatts de energia elétrica. Nesse sistema, a transmissão de energia elétrica contemplará todo o subproduto gerado com a produção de pellets, feito a partir de galhos e tocos de árvores. Com isso, além de processar todos esses resíduos em uma termelétrica, que será erguida na mesma planta da fábrica, 32 megawatts servirão para alimentar o próprio funcionamento da indústria e os outros 18 serão direcionados para a distribuição na rede, com o interesse de ser comercializado pelas companhias de energia elétrica.
Empregos para a região
A usina será construída em uma área de 138 hectares e a produção de pellets virá dos cerca de 85 mil hectares de florestas plantadas, passivo florestal que era da Votorantim. No ano passado, o empreendimento já obteve a Licença Ambiental Prévia e o prefeito de Pinheiro Machado, José Antônio Duarte da Rosa, do PDT, saúda o investimento.
“Esse projeto está praticamente saindo do papel e até o final do ano teremos a efetiva implantação. Ele será muito importante porque temos cerca de 20 mil hectares de florestas plantadas. Haverá absorção de mão de obra não só de Pinheiro Machado, mas de Candiota, Pedras Altas e outros municípios”, enfatiza o chefe do Executivo pinheirense. Pelas projeções, o empreendimento deverá gerar cerca de 1,5 mil empregos durante a construção da fábrica e 1,2 mil para seu funcionamento.
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