Grupo aprova moção contra instalação de hidrelétrica no Camaquã

Cerca de 120 pessoas se reuniram em assembleia extraordinária, no sábado, à beira do rio Camaquã. O evento promovido pela Associação para Grandeza e União das Palmas Bagé ( AGrUPa) teve como objetivo discutir a construção de pequenos hidrelétricas ao longo do Camaquã. O assunto sobre essas construções surgiu em 2010 e depois parou. 

Na assembleia, os técnicos da Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam), João Carlos Dotto e Tanice Kormann, apresentaram o Inventário Hidrelétrico do Rio Camaquã, inclusive com a indicação no mapa dos locais previstos para instalação de hidrelétricas. 

Conforme Márcia Colares, que integra a AGrUPa), ao todo, 17 hidrelétricas estão previstas. Segundo ela, a primeira é no Rincão do Inferno, um dos principais pontos turísticos do interior do município de Bagé. “Chama a atenção o fato de que visam justamente os principais pontos turísticos da região”, relatou Márcia. 

No final da assembleia, foi aprovada, por unanimidade, a realização de uma moção pela diretoria da AGrUPa, contra a instalação de hidrelétricas no rio Camaquã, a ser encaminhada à Fepam, ao Ministério Público Federal e às demais autoridades competentes. Nessa moção, são ressaltados todos os impactos que esse tipo de empreendimento pode causar para a região do Alto Camaquã, que já sofre com as secas constantes.

Também os impactos ambientais sobre a flora, a fauna, especialmente com relação aos peixes que povoam o rio. Foi destacado pelos técnicos que o rio deixará de ter relevo irregular, passando a ser plano. Segundo Márcia, isso assustou os moradores, em razão da possibilidade de alagamento e desapropriações dos territórios costeiros. 

Participaram da assembleia, associados da AGrUPa de Bagé, Lavras do Sul, Caçapava do Sul e Pinheiro Machado, além de professores e técnicos de várias universidades.