O general Salvador Pinheiro Machado, o intendente José Montaury e representantes do Conselho Municipal aproximam-se do ataúde e tomam-lhe as alças, dando início à condução do corpo de Pinheiro Machado ao Cemitério da Santa Casa de Misericórdia.
Em revezamento, o caixão é disputado solenemente pelos familiares do morto e pelas autoridades presentes, e assim chega à carreta de artilharia, que o aguarda junto às escadarias de acesso à Intendência.
Família e autoridades novamente buscam espaço, agora à frente do veículo que conduzirá o esquife, orientados sempre que necessário pelos funcionários a serviço da comissão fúnebre presidida pelo próprio intendente José Montaury.
O féretro se inicia com a escolta presidencial à frente da carreta, sob o comando do tenente Arlindo Franklin Barbosa, seguida por dois coches fúnebres, cada um com duas parelhas de cavalos pretos, dois carros do Corpo de Bombeiros e seis caminhões, conduzindo coroas de tamanho convencional, sete andores em cima dos quais estão as grandes coroas de flores naturais enviadas pelos funcionários da Intendência Municipal, da administração dos correios e do Club Militar de Oficiais da Guarda Nacional, da Brigada Militar, do presidente licenciado Borges de Medeiros, e a dedicada pelo Estado do Rio Grande do Sul, de bronze, colocada sobre um tecido com as cores da bandeira rio-grandense.
Mais uma vez, forma-se ao natural um agrupamento do pessoal d’ A Federação, o jornal do PRR.
Cercada por 20 soldados, a carreta tem ao lado um piquete de praças da Brigada Militar.
O general Salvador Pinheiro Machado, em companhia de seus irmãos e sobrinhos e rodeado de representantes da presidência da República, das altas autoridades civis e militares, do corpo consular, de representantes do clero, da imprensa, do PRR, dos municípios de todo o Estado e de grande número de comissões representativas, fecha o agrupamento, já então seguido por imensa aglomeração popular.
Avenida Sete de Setembro, Praça Senador Florêncio, Rua da Praia, Rua Vigário José Inácio, Rua Dr. Flores - em lenta marcha, o féretro tem continuidade – as autoridades já agora acomodadas em veículos oficiais. À passagem, das janelas, sacadas e portas dos edifícios saem comovidas manifestações.
Apesar da ensolarada manhã, os combustores de iluminação pública, envoltos em crepe, são mantidos acesos. À entrada do Campo da Redenção, em frente ao Ginásio Júlio de Castilhos, alunos do Instituto Técnico Profissional da Escola de Engenharia postam-se em fila dupla e se engajam na procissão.
No caminho, seguem-lhe a companhia de guerra do Colégio Militar, sob o comando do aluno capitão André de Souza Braga, o décimo regimento de Infantaria, dirigido pelo coronel Julio Cezar Gomes da Silva, o Tiro Brasileiro número quatro, comandado pelo major atirador Alberto Hartlieb, o primeiro regimento de cavalaria da Brigada Militar, comandado pelo tenente-coronel Claudino Pereira e uma companhia de guerra do Instituto Ginasial Júlio de Castilhos, sob o comando do aluno capitão Ariosto Borges Fortes.
A cavalo, o comandante geral interino da Brigada Militar, tenente-coronel Affonso Emilio Massot, e seu estado maior ingressam no funeral logo depois, acompanhados do primeiro, segundo e terceiro batalhões de infantaria - comandados pelo tenente-coronel Fradelino Rodrigues Cordeiro, pelo major Gregório Portuguez e pelo tenente-coronel Aristides da Câmara e Sá.
SOBRE O AUTOR
SOBRE O AUTOR
Luiz Antônio Nikão Duarte (Porto Alegre, 1953) é formado pela PUCRS (graduação/1977, especialização, 1982 e doutorado/2012), ESPM (MBA/2002) e UFRGS (mestrado/2007).
Exerce o Jornalismo desde 1975, com passagens pelos grupos DiárioS e Emissoras Associados, Caldas Júnior, Jaime Câmara, RBS, O Estado de S. Paulo, Sistema Jornal do Brasil; pelos Governo Federal e do Rio Grande do Sul; e ainda pelo Congresso Nacional, pela Associação Nacional de Jornais, pela Federação das Indústrias (FIERGS) e pela PUCRS.
Professor (UnB e Uniceub, na década de 1990 e da Unisinos, na atualidade). Participou da antologia Contos de Oficina 21 (Porto Alegre: Edipuc, 1998) e escreveu os livros Redação em RP (São Leopoldo: Unisinos, 2012) e A guerra de Cacimbinhas (Porto Alegre: ComEfeito, 2015).
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