Cravado na esquina entre as Ruas Dutra de Andrade e Florentino Bueno, quatro paredes vasadas por portas e janelas desfrutava da vontade de potência dos homens. Um balcão de madeira separa as mãos que servem das que recebem à aguardente.
Uma prateleira debruçada na parede contempla os olhares dos gananciosos pela cachaça. Algumas mesas espalhadas pelo chão desgastado pelo vai e vem dos pés são companheira das velhas cadeiras, de cedro, que as cercam.
No tampo de uma delas, um tabuleiro de madeira desafia o cérebro dos amantes pela dama. Entre um gole e outro, as pedras desbancam as estratégias do perdedor. No balcão a proza corre solta, sem rumo e sem direção com um único intuito de ficar longe da solidão.
Histórias verdadeiras e outras puras imaginações corem pelos ares sem sigilo e nem gravação. Tudo corria na confiança do cidadão.
Por detrás do balcão um carismático e sorridente personagem harmonizava os barulhentos contaminados pela alegria. Na outra sala uma mesa de sinuca desafiava a perícia dos jogadores. Bolas passeavam pelo pano verde à procura de uma caçapa, mas nem sempre tinham o destino certo. A tabela as vezes se tornava o “calcanhar de Aquiles” dos inocentes jogadores. As bolas sofriam com a falta de perícia e o pano era manchado de branco pelo desvio de conduta do taco. Ganhar ou perder faz parte dos jogos, mas no Bar do Delmar, o perder era sempre uma vitória.
O recinto era o ponto de encontro onde renovávamos a amizade todos os dias. Doar um pouco do seu tempo em prol da amizade é uma satisfação que não tem preço. Ali vivemos momentos de alegria que estão vivas em nossas memórias. A amizade é o alicerce para nos manter no topo da felicidade.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Obrigado por comentar.
Lembre-se que o comentário passa por análise do editor do Blog.
Informo que comentários ofensivos não serão publicados, principalmente os anônimos.
Para garantir que seu comentário seja aprovado, uma boa dica é se identificar.