Na mão uma tesoura e no coração uma bola. Um homem que carregava na alma uma paixão avassaladora pelo futebol. Aquele celebro envenenado, por todos os caminhos, de um amor que mais pareia uma loucura. Assim era o Walter. Conhecido por todos, na cidade, como “Barbeiro”.
Com a mesma agilidade que usava a tesoura, usava o cérebro para transformar as suas ideias em algo concreto. Conhecia cada metro quadrado dentro das quatro linhas onde cada um deveria atuar. Pelo olhar ou por intuição descobria aonde o guri devia render melhor o seu talento.
Nas quatro linhas da barbearia cursava as teorias que desabrocharia nas outras quatro linhas, cobertas por um tapete verde, onde tudo corria:
A paixão, a imaginação das jogadas, a força das pernas, o posicionamento e no toque sutil na mais redonda das esferas que, salpica, rola e viaja nas alturas, mas que o destino tem dois lados:
A alegria e a tristeza “ que faz parte das emoções. Sem esses requisitos não existiria à paixão. Um homem que mostrou o caminho para aqueles que compreenderam a filosofia da vida. Quando acreditarmos que o amor é quem move o mundo, logo, descobriremos que nada é impossível.
Quem conheceu o Walter sabe o que uma paixão é capaz de fazer. Sem grandes quantias em dinheiro proporcionou a felicidade de muitos guris de Pinheiro Machado.
Além da amizade, carrego comigo uma grande lição de vida. Quando se deseja alguma coisa “ corra atrás como se corre atrás de uma bola. ”
Saudade, é viver a alegria do passado.
Belas recordações do seu Valter. Quando menino e adolescente, muitas vezes frequentei sua barbearia. De caráter íntegro, lisura e empatia eram sua grande riqueza. A reportagem como bem descreve a natureza do homem de bem. O grande legado não precisa ser material, mas sim as virtudes que ficam nas lembranças de quem o conheceu.
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