Num pedaço de chão, não era maior que 35 metros por 20 de largura, coberto por uma grama verde, adubada pelo suor dos pés da gurizada, uma bola de borracha beijava os pés nus e corria sobre o verde e muita vez subia até as alturas, mas a força da gravidas a trazia de volta.
Cada pedaço daquele tapete era disputado por uma turma apaixonada pela redondinha. As vezes tratados como moleques e desocupados sem perspectiva de futuro.
Dentro daquelas quatro linhas aprendemos a respeitar os amigos e até os inimigos que fazíamos quando o dedão sentia. Era coisa de pouco tempo que durava as inimizades. A importância da convivência entre jovens de princípios e ideais diferentes ajudou no crescimento de cada um.
Todos contribuíam com alguma coisa para o desenvolvimento daquela geração. A bola era um meio para a integração daqueles jovens que viviam o auge da sua juventude. Nem a chuva e nem o vento dispersava a gurizada do campo. Ali nasceu grandes amizades que foram eternas.
Éramos moleques sim, mas não sem futuro. Naquele tempo a bola fazia a diferença e juntava os diferentes.
A Rua Dr. Barcelos é testemunha do valor que aquele pedaço de terra teve para minha geração.
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