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domingo, 2 de maio de 2021

Todo excesso esconde uma falta


Dilce Helena Alves Aguzzi 

William Shakespeare, em Hamlet, explica com maestria como é ruim a interpretação daquele ator que abusa do gesto, exagera nas caras e bocas e faz com falsidade quase comovente alterações de olhares e entonação de voz.

É o caso clássico de exagero do gesto que esconde a falta de talento.

Em todas as áreas, vivemos a era dos excessos. Talvez, analisar alguns deles nos proporcione autoconhecimento e reflexão para alterar a única coisa em que temos algum controle: nosso comportamento!

Façamos, então, esse exercício:

- Excesso de fala esconde pouca reflexão.

- Muita agressividade esconde insegurança extrema.

- Superexposição encobre pouca vivência verdadeira.

- Falar mais que ouvir encobre pouca capacidade de argumentação.

- Gritar com seu interlocutor abafa pouca consistência na opinião.

- O fanatismo religioso esconderia o quê, além de nossa miséria espiritual?

- A intolerância ao diferente o que esconde? Escassez de raciocínio, de autoestima e de auto aceitação ou é dificuldade de se perceber como humano que ela encobre?

- O que dizer então do excesso no culto à imagem, ao físico, ao parecer em detrimento do ser?

- O consumismo, consumo ao extremo, seria uma forma de esconder o quê, além de escassez afetiva?

Continue a lista, ousando dizer quais são os seus excessos e o que tentam encobrir. Se a tarefa for verdadeira e individual o crescimento pode ser profundo.

 "Muita agressividade esconde insegurança extrema"

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