De pessoas, situações, acontecimentos, decisões... Mesmo que não estivéssemos presentes, mesmo que não nos diga respeito, mesmo sem ter a menor noção de como agiríamos se estivéssemos no lugar da pessoa em questão. Mesmo assim.
Seja por não ter nada melhor a fazer, por sentir-se profundamente instigado pelo tema ou pela impunidade do julgado jamais vir a saber. Já julgamos.
O lado bom de julgar os outros, se é que existe algum, é errar. É descobrir, mesmo tardiamente, que nada foi como nos pareceu ser, que havia sim outras questões envolvidas, que a percepção do outro foi influenciada por toda uma vida externa e interna.
E como se descobre isso? Provavelmente e tão somente quando se está no outro lado do tabuleiro. Ou seja, quando somos julgados. Nesta posição como fica fácil perceber a injustiça! Como fica óbvio que as verdadeiras razões de nossas decisões não foram percebidas.
É tão amargo notar que todo gesto foi interpretado com maldade, severidade e secura. Retiradas do contexto, nossas atitudes ficaram com o sentido tão deturpado quanto uma fala de debate editada e apresentada na TV de acordo com o desejo de quem o fez.
Somente assim, saboreando o amargo de estar nesta posição se tem a oportunidade de rever que algumas situações talvez não fossem mesmo o que nos pareceu tão evidente. Que existe a possibilidade de não ser nada daquilo que afirmamos mesmo que apenas para nós mesmos (na melhor das hipóteses).
Assim, poderíamos conceder aos outros o benefício da dúvida, pois na vida real, diferente dos seriados e novelas, ao final não fica tudo esclarecido. E poucas vezes saberemos o real contexto e significado das atitudes alheias porque o julgamento já nos afastou delas definitivamente.
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