Um pai, uma filha com síndrome de Down e um descontentamento exposto em sua conta no Facebook com a Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae). Josemar Batista Barão, pai de um bebê de seis meses diagnosticado com Down, criticou a associação por não fornecer o tratamento inicial e necessário à criança, julgamentos que se tornaram mais severos após a divulgação de que o Legislativo irá homenagear a entidade por serviços prestados à comunidade na próxima segunda-feira (7).
“Fomos orientados a buscar a Apae para que fosse dado o inÍcio à estimulação precoce com fisioterapia, terapia ocupacional e fonoaudiólogo, que são essenciais nos primeiros meses, sem falar em um neurologista e um pediatra, um psicólogo e um pedagogo”, conta Barão, lembrando que os profissionais e serviços citados acima normalmente integram a estrutura das associações.
Ele entende que não ter, ao menos, um desses especialistas é inaceitável e que se torna impossível levar o bebê para a associação, situada em Pinheiro Machado. Com isso, tem recebido auxílio, por exemplo, da Secretaria Municipal de Saúde, para levar a filha para a Apae de Piratini.
“A resposta que nos foi dada ao buscarmos atendimento para nossa filha é que a instituição local tem como finalidade prestar serviços na área da educação. Acho injusta essa homenagem, pois deveriam correr atrás para terem estrutura e profissionais capazes de oferecer um tratamento condizente”, concluiu o pai.
O presidente da Apae pinheirense, Diego Holwes disse que Barão fez contato inicial em janeiro e que realmente ele recebeu a informação que a entidade local tem um formato mais educacional, diferente da entidade de Piratini, que oferta vários serviços, inclusive para pessoas com a síndrome de Down.
“Nós não possuímos condições financeiras e estruturais de atender em todas as frentes necessárias e ele não consegue entender isso. Ele [o pai] está bem revoltado com relação a esta situação. Ele está denegrindo a imagem da nossa Apae nas redes sociais, mas alerto que nossos advogados pretendem buscar a Promotoria Pública em virtude disso, já que ele não tem direito de denegrir a instituição sem o conhecimento da causa como um todo”, ressaltou.
Holwes lembrou que a direção recém está solucionando a situação da documentação com relação a cadastros de devedores e pondo os impostos em dia, o que impede, inclusive, o cadastro e o atendimento pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
A estrutura física também é um dos problemas a serem resolvidos, pois mesmo que houvesse esses profissionais à disposição, não seria possível ofertar os serviços devido à ausência de espaço, já que até para o modelo educacional, o local é limitado, pois são apenas duas salas classificadas como “apertadas”.
“Além dessas salas, temos uma cozinha, um refeitório e uma secretaria, quando no mínimo deveríamos ter uma sala de atendimento. Estamos instalados em uma casa comum e não projetada para o que é necessário, e por fim, hoje a receita que temos é baixa e repassada pela Prefeitura, valor que é complementado com doações para pagar as despesas fixas”, finalizou.
http://www.jornaltradicao.com.br/site/content/saude/index.php?noticia=26551
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