A Guerra de Cacimbinhas - Prefácio

O livro é sempre resultante da mediação e da pesquisa. A paixão traz as mais gratificantes experiências na vida, embora sejam temporárias, finitas. Juntos, pesquisa, paciência e esmero contam a história de determinação do autor Nikão Duarte, decidindo falar sobre uma paixão de uma vida inteira: Pinheiro Machado ou, se quiserem, Cacimbinhas. 

É quando o rigor acadêmico e o texto escorreito transitam de braços dados com a sensibilidade do guri inquieto, que na infância corria sem temores pelas ruas tranquilas da cidade, hoje quase cenográfica para histórias ambientadas na metade do século passado. 

Essa mesma Pinheiro Machado que povoa as minhas melhores lembranças da infância, os primeiros passeios, voos de imaginação dos anos 50, é também o estímulo para a composição da obra que todos saberão apreciar. 

Aqui, encontramos a conjugação exata de intriga e ambição política, retrato da época, e do amor impossível, tolhido pelo fosso social e o preconceito, subjugando sentimentos às convenções hipócritas de uma sociedade vacilante em princípios, sem compromisso com a mulher e sua libertação. Na sequência do tempo são lembrados efeitos particulares, levantados pelo jornalismo investigativo, sempre confiável agente da verdade. 

Em 1915, a cidade de Cacimbinhas, com seu casario homogêneo, começava a mostrar os traços urbanos conservados até hoje. As pessoas, talvez mais decididas que agora, tomaram partido contra o intendente provisório de então, Ney de Lima Costa, e fizeram uma guerra particular, municipal, contra a troca do nome para Pinheiro Machado. É o que todos irão ler e agradecer quando for virada a última página deste livro.

João Batista Melo Filho, presidente do Conselho da Associação Rio-grandense de Imprensa (ARI)

SOBRE O AUTOR 

Luiz Antônio Nikão Duarte (Porto Alegre, 1953) é formado pela PUCRS (graduação/1977, especialização, 1982 e doutorado/2012), ESPM (MBA/2002) e UFRGS (mestrado/2007). 

Exerce o Jornalismo desde 1975, com passagens pelos grupos DiárioS e Emissoras Associados, Caldas Júnior, Jaime Câmara, RBS, O Estado de S. Paulo, Sistema Jornal do Brasil; pelos Governo Federal e do Rio Grande do Sul; e ainda pelo Congresso Nacional, pela Associação Nacional de Jornais, pela Federação das Indústrias (FIERGS) e pela PUCRS. 

Professor (UnB e Uniceub, na década de 1990 e da Unisinos, na atualidade). Participou da antologia Contos de Oficina 21 (Porto Alegre: Edipuc, 1998) e escreveu os livros Redação em RP (São Leopoldo: Unisinos, 2012) e A guerra de Cacimbinhas (Porto Alegre: ComEfeito, 2015).

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