Por Ridgway Ávila Veiga
Se o paredão fosse uma pequena parte de um cérebro, aquela onde são guardadas as informações que chegam dos sentidos e se transformam em imagem. O que ele armazenaria na sua memória?
Naquele pedaço de cimento misturado, em frente ao Clube Comercial, os mais diversos bumbuns tiveram o prazer de se espalhar no mais duro acento sem se preocupar com o desconforto. Os desgastes dos tecidos mal tingidos deixaram manchas que só o microscópio pode ver.
Movimentos contínuos carregados pela ansiedade poluíram o ambiente, mas o buraco de ozônio ainda se encontrava fechado. Como a moeda tem duas faces, nem sempre cai do mesmo lado. O perfume das nádegas mais ilustre da cidade repousou sobre os poros do pedaço mais cobiçados da Ilustre Praça.
Quantas gurias carregadas de energias positivas enfeitaram com seu charme o pequeno espaço. As gargalhas que até hoje ecoam nas memorias que se espalham por este mundo afora. Os sonhos que foram revelados e muito deles foram concretizados.
Olhares que se encontraram e se transformaram em paixão. Discussões que se acirraram em defesa das cores do tão apaixonante futebol. Talvez, nem Freud explique a importância desse divã a céu aberto que foi fundamental na vida de muitas pessoas.
O amor nunca teve tão perto do ódio, quando o ciúme foi o Carro-chefe. Juras de amor foram pronunciadas e muitas vezes ignoradas. Palavras foram ditas e mal interpretadas por aqueles que o senso de humor não é apurado.
Muita abobrinha rolou numa noite onde as estrelas cobriam o céu de brilho. Até a Lua foi cúmplice de Notícias pesadas que ali circularam. Quem viveu aqueles momentos de ouro carrega na memória a saudade.
O paredão acolheu a todos oferecendo seus ouvidos e se calou para a eternidade.
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