Crônicas do Ridgway - Padaria do Brito - DiCacimbinhas

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quarta-feira, 29 de abril de 2020

Crônicas do Ridgway - Padaria do Brito

Por Ridgway Ávila Veiga 

Na esquina, entre as Ruas Humaitá e Dutra de Andrade, a mais famosa padaria da cidade se destacava pela qualidade no trato com as mais puras farinhas. Na esquina mais perfumada, não importando o que o tempo projeta para o dia seguinte, da cidade. 

Ali nascia o pecado capital da “gula” onde eram induzidos pelo hipnotismo do aroma que contaminava até o mais forte dos gaúchos. O pó branco, temidos por todos, com suas misturas cresce em temperaturas sem passar do ponto. 

Pela manhã bem cedinho a fumaça percorria as chaminés verticais tomando o rumo do céu e o aroma se deslocava pelas aberturas que se espalhava se misturando ao ar, isento de poluição, a procura de olfatos já contaminado pelo sabor de outras fornadas. 

Nas mãos do escultor as massas tomavam forma que conquista o desejo dos olhos e por eles eram consumidos antes de serem ingeridos. Pelas manhas um entrevero de pés procurava ocupar o espaço de espera para a chegado do tão desejado cacetinho. 

As ruas eram envoltas pelo cheiro gostoso por onde circulavam os aromáticos em pacotes de papel. Nas mesas, banhado por banha de porco, era parceiro do café com leite. Mais tarde os aromas se misturavam quando o café começou a ser torrado com a chegada da nova tecnologia na cidade. 

Na esquina onde a padaria transformou em ponto de encontro dos aromas também aprimorou o gosto dos apaixonados pelos dois produtos. 

Quem não comeu o pão quentinho antes de chegar em casa?

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