Por Carlitos Dutra
A palavra Pila como moeda, provém do político do Partido Libertador do Rio Grande do Sul, Raul Pilla. Este político e seu partido apoiaram a Revolução Constitucionalista, contra Getúlio Vargas.
Como esta revolta foi mais intensa em São Paulo, e teve pouco respaldo no seu estado, ele exilou-se no Uruguai, saindo sem levar nenhum dinheiro. Seus partidários, para ajudar no seu sustento, passaram a cotizar-se vendendo bônus com valor de face, que logo passaram a ser negociados, por um breve tempo, como dinheiro entre os seus partidários.
Tais bônus rapidamente passaram a ser negociados como dinheiro entre os correligionários de Pilla. Como se tratava de “dinheiro” não oficial e criado especialmente para socorrer Raul Pilla no exílio, os bônus passaram a ser chamados de “pilas”. O nome ficou consagrado até hoje.
Raul Pilla era médico de formação. Foi anistiado em 1935 e retornou à política, sendo secretário do governo de José Antônio Flores da Cunha. Em 1937, elegeu-se deputado estadual constituinte. Com o advento do Estado Novo, foi cassado e retornou à docência na Faculdade de Medicina de Porto Alegre (hoje integrada à UFRGS).
No contexto da redemocratização, em 1945, integrou a Comissão de Orientação Política encarregada de elaborar os estatutos da União Democrática Nacional, UDN, tendo, no entanto, abandonado o partido para tornar-se presidente do refundado Partido Libertador.
Seria, depois, deputado federal, sendo que durante a Campanha da Legalidade foi o criador da emenda que permitiu a João Goulart assumir a presidência da república, no regime parlamentarista.
Também bacharel em Ciências e Letras pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, exerceu o jornalismo no Rio Grande do Sul e foi colaborador de diversos periódicos no estado.
Durante o funcionamento da Constituinte de 1946, manteve colunas políticas regulares em O Globo, no Rio de Janeiro, Diário de Notícias(do qual foi um dos fundadores, em 1925) e Correio do Povo, de Porto Alegre.
Além disso, publicou: O som no tratamento da surdez (tese de doutorado, 1916); Da correlação de funções (1925); Funções da linguagem (1926); Concepção filosófica da Medicina (1938); e Linguagem médica (1942), Catecismo Parlamentarista (1949), Votos e Pareceres, onde incluiu seu estudo sobre a Língua Portuguesa, Sistema Parlamentar na Constituição do Império, Presidencialismo ou Parlamentarismo (1958 – em colaboração com Afonso Arinos), O Professor e a Medicina (1961), Despedindo-se da Velha Faculdade (1961) e Revolução Julgada à Crise Institucional, reunindo seus últimos discursos parlamentares.
Faleceu na cidade de Porto Alegre no dia 7 de junho de 1973
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