Crônicas do Ridgway - Homenagem a um grande homem

Por Ridgway Ávila Veiga

Quando era criança adorava correr pelas ruas da cidade, sendo que a maioria delas era de chão batido, mas estavam em processo de mudanças. A rua onde morava estava sendo pavimentada. Lembro como fosse hoje, os montes de areia que se aglomeravam em frente a minha casa. Subíamos no muro, que estava em construção, e nós jogávamos nos montes de areia. Esta era uma brincadeira que a gurizada gosta de praticar. 

Pinheiro Machado estava em evolução, muitas ruas saiam da lama para serem agraciadas com as pedras, para que pudéssemos circular sem enlamear os nossos sapatos ou mesmo pés daqueles que eram desprovidos de calçados. Éramos crianças em processo de adolescência, mas não éramos alienados, já percebemos o que era bom para nós. Enquanto crescíamos e nos preparamos para a vida, talvez não fossemos percebidos, mas os olhos daqueles garotos estavam atentos a cada detalhe que se passava na cidade. 

As mudanças que aconteceram para melhoria da cidade tinham por trás um prefeito que acreditava no progresso. Não era um prefeito qualquer, era um homem de caráter que tinha um único objetivo trazer para a cidade mudanças que beneficiassem o povo que ali vivia. 

Aprendi a gostar do prefeito, embora fosse adolescente, mas via nele uma grande vontade de implantar melhorias na cidade. Pinheiro Machado tinha uma praça que foi eleita a mais bonita do estado. Talvez os métodos de fazer política na época não fossem dos melhores, mas a intenção do representante do povo era fazer as mudanças necessárias para que os moradores tivessem o mínimo de conforto. Cidade pequena não tem muitos recursos, mas com o dinheiro bem aplicado, dá para fazer algumas coisas. 

Tínhamos uma escola primária, de alto nível, com ótimos professores. Uma grande parte do orçamento talvez fosse para pagamento dos mesmos. Sempre procurei ouvir os mais velhos externar suas opiniões e muitas delas eram sobre a administração do prefeito. Sempre tive um contato direto com o povo, pois gostava de ouvir suas histórias, tanto de alegria como de tristeza, e daqueles que acreditavam na administração do homem que representava o povo, os quais muitos desprotegidos de recursos financeiros. 

O meu pai era proprietário de um armazém, onde circula muita gente, que entre um trago e outro discutiam política e comentavam sobre o prefeito. Aprendi a gostar de política, no tempo que o prefeito se preocupava com as pessoas e com a administração do município. 

Esta é a ideia que tenho de política que hoje já não se pratica mais. Este é um agradecimento pelo aprendizado que adquiri em Pinheiro Machado, graças ao Prefeito Laudelino que foi uma referência para os jovens daquela época. Os bons exemplos nunca deverão ser esquecidos e quando tivermos oportunidade devemos agradecer.